___________________________________________d. pedro i, seu maroto_________________________________________________

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Mentira, pura mentira. o grande amor da vida de d. pedro não foi a castro, desenganem-se. ele suspirava de amores, sim, mas por outro: afonso de macedo, seu escudeiro, a quem mandou castrar, eivado de ciúmes, por rumores de suposta traição. mais: não foi afonso iv, senhor seu pai que ordenou decapitar a linda inês como nos fizeram crer os compêndios da história; foi d. pedro, ele mesmo, que determinou tamanha crueldade tendo em vista forjar a virilidade antes que o boato de "larilas" corresse entre os jocosos goliardos e a temerária fidalguia do reino. posto isto parecem-me inevitáveis as seguintes deduções: primeira, inês de castro não devia ser a tal senhora graciosa de "colo de garça", antes uma pirosa com buço, e tufos frondosos nas orelhas, e maxilares proeminentes, e voz pronunciada, e fiel adepta do perfume patchouly, e quiça a bisavó da padeira de aljubarrota... atributos aos quais d. pedro não resistira tendo em conta os três filhos que do respectivo acopolamento resultara. o túmulo de dona inês e dom pedro "um poema de amor lavrado a pedra"? mentira. uma tremenda mentira sim. um palimpsesto ardilosamente esculpido para perpetuar a boa reputação de um rei "justiceiro" entre o povo, povo esse que desde sempre gostou de novelas desta natureza, sofrivelmente românticas, pelas quais também eu me deixo quedar. enfim, a história não é outra coisa senão uma mentira repetida vezes sem conta até se tornar verdade.

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10 comentários:

  1. tens toda a razão.

    uma telenovela baseada em factos mais ou menos reais. ele foi rei, facto.
    eheh

    e pelo menos os túmulos são reais e ainda bem para lhes ir deitar o olho de vez em quando.

    *

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  2. há uns 6 anos atrás um guia espanhol tendo dificuldade em os identificar nos jacentes perguntou ao meu pai qual dos dois seria d. pedro e a dona inês.... após um breve esforço intelectual responde o meu senhor meu pai:
    «m tem barba e a outra vestido». true...

    ele é borrachinho, os olhos agradecem essas espreitadelas :))

    *outro

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  3. Anónimo11:27

    Bravo!! :)

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  4. está provado mais uma vez que os espanhois só sabem ver com as mãos.


    ;)

    (qualquer dia convenço os meus companheiros marionetistas a fazermos a versão mais ou menos verdadeira da malandragem do d.pedro. com bolinha, M18)

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  5. bolinha vermelhinha formato xxl, please! avisa-me do evento com antecedência, pois farei de tudo para garantir o meu lugar ;)

    ass: malandreca.


    bang! bang! pedro?!! fui apanhada!!! :))

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  6. ahaha

    uma vez nos jardins do palácio de cristal, o gil (meu amigo e parceiro mariotenista - nome pelo qual gostamos de nos chamar uns aos outros -) disse a plenos pulmões na introdução do nosso "theatrum puparum, Inês de Castro" que a dona constança tinha vindo de terras vizinhas para se casar com inês de castro. não sei como nos conseguimos livrar desse molho de bróculos mas o que é certo é que acabou tudo na mesma. sangue, traição e túmulos! eheh muito bolinha este meu gil.

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  7. Anónimo06:57

    Também soube há pouco tempo que afinal o D. Afonso Henriques nunca bateu na mãe, era um menino...

    gotcha :)
    kiss kiss bang bang!

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  8. D. Afonso Henriques não bateu na mãe. OK, pronto, estava tudo com piadas e variações que dizer isto a sério pareceu-me diferente o suficiente. Porque já é tão raro dizer verdades a falar a verdade :)

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  9. :)))))

    em maio passado o insconsciente traiu-me no decurso de uma exposição com joe berardo, entre outros, e no meio de um chorrilho verbal de artistas para trás e para diante, pergunta-me:

    - é bruegel?
    - não, é br*sh, jeronimus bosch, perdão.

    comédia trágica esta.

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  10. És uma rapariga muito dotada, mas o eixo holandês-alemão causa-te alguns nós mentais ;)

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